Fusão entre Azul e Gol – Serviços ruins e passagens mais caras

A Azul e a Gol anunciaram um acordo para avaliar uma fusão que pode transformar completamente o setor aéreo brasileiro. Se concretizada, essa união criaria uma companhia que dominará cerca de 60% do mercado doméstico, reduzindo drasticamente a concorrência e concentrando ainda mais o poder nas mãos de uma única empresa. Em vez de um mercado competitivo, onde o consumidor tem opções e preços acessíveis, essa fusão pode levar a um sistema centralizado, com menos alternativas e tarifas mais caras.

O governo já se manifestou a favor da fusão, alegando que ajudaria a fortalecer o setor e evitar uma possível falência de uma das empresas. Mas será mesmo que essa fusão trará benefícios aos brasileiros? Ou estaremos testemunhando mais um movimento para criar um cartel aéreo, onde poucas empresas controlam tudo e os consumidores pagam a conta?

Menos Concorrência, Mais Controle

No livre mercado, a concorrência é essencial para manter os preços baixos e a qualidade do serviço alta. Mas com essa fusão, o Brasil pode acabar refém de um duopólio, onde apenas Azul-Gol e Latam disputariam os voos comerciais. Isso significa que as empresas poderão cobrar mais caro sem medo de perder clientes, já que não haverá muitas alternativas para onde os consumidores possam recorrer.

Essa concentração de mercado vai contra os princípios de um sistema econômico saudável e competitivo. Quando há poucas opções, o consumidor perde poder de escolha e fica sujeito às regras impostas por empresas que sabem que não há concorrência para pressioná-las a oferecer um serviço melhor.

Se a fusão for aprovada, é possível que em poucos anos o mercado aéreo brasileiro se torne semelhante a setores como o bancário, onde meia dúzia de grandes players controlam tudo, ditam os preços e dificultam a entrada de novas empresas.

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Passagens Mais Caras e Menos Benefícios para o Passageiro

Nos últimos anos, os brasileiros já sofreram com aumento dos preços das passagens e cobranças abusivas por serviços básicos, como despacho de bagagens. Agora, com Azul e Gol dominando o mercado doméstico, os consumidores terão ainda menos opções e serão forçados a pagar mais caro por um serviço que já não é dos melhores.

Nos Estados Unidos, fusões semelhantes no setor aéreo levaram a tarifas mais altas e eliminação de promoções e benefícios para os passageiros. Aqui no Brasil, o risco de algo semelhante acontecer é real. Empresas grandes, sem concorrência forte, simplesmente não têm incentivo para reduzir preços ou melhorar o serviço.

Além disso, muitas cidades menores, que hoje contam com voos da Azul ou da Gol, podem perder conexões aéreas, já que a empresa poderá cortar rotas menos lucrativas sem medo de concorrência. Isso afetaria principalmente o interior do país, prejudicando empresários e consumidores que dependem da aviação regional para se locomover.

Risco para Funcionários e para a Economia

As grandes fusões sempre vêm acompanhadas de promessas de eficiência e crescimento, mas na prática, o que se vê são demissões em massa e reestruturações que prejudicam os funcionários. Quando duas empresas se juntam, há sobreposição de funções, o que geralmente leva à redução de postos de trabalho.

Com a fusão Azul-Gol, a tendência é que milhares de empregos sejam eliminados, especialmente em áreas operacionais e administrativas. Isso significa menos oportunidades de trabalho em um setor que já sofre com alta rotatividade e instabilidade econômica.

Além disso, essa fusão pode prejudicar a economia ao dificultar a entrada de novas companhias no mercado. No Brasil, a burocracia já é um obstáculo enorme para novas empresas aéreas, e um cenário de concentração ainda maior tornaria quase impossível a concorrência de pequenas e médias companhias.

Por que o Governo Apoia essa Fusão?

O governo brasileiro já demonstrou apoio à fusão, com o ministro de Portos e Aeroportos, Silvio Costa Filho, afirmando que a medida pode “fortalecer o setor aéreo”. Mas será que essa preocupação com a estabilidade do mercado realmente beneficia os consumidores? Ou estamos diante de mais uma tentativa do governo de intervir na economia para favorecer os grandes e prejudicar os pequenos?

Nos últimos anos, vimos o Estado intervir em diversos setores com promessas de fortalecimento da economia, mas os resultados quase sempre foram burocracia, falta de concorrência e preços mais altos para o consumidor. Ao invés de incentivar a criação de um ambiente mais competitivo, o governo parece disposto a permitir a concentração de poder, criando um mercado onde os passageiros terão menos escolhas e pagarão mais caro.

O Maior Prejuízo Será do Consumidor

O mercado aéreo brasileiro já é caro e pouco competitivo, e a fusão entre Azul e Gol só tende a piorar esse cenário. Com menos concorrência, as passagens ficarão ainda mais caras, a qualidade do serviço pode cair e as opções de voos serão reduzidas. O brasileiro, que já sofre com altos custos de vida, verá mais um setor dominado por grandes corporações que não precisam mais disputar clientes e, por isso, podem ditar as regras do jogo.

Se essa fusão realmente acontecer, o único beneficiado será o grande capital corporativo e os políticos que defendem esse modelo. O consumidor ficará refém de um sistema sem concorrência, sem inovação e sem alternativas.

Agora resta saber se o Conselho Administrativo de Defesa Econômica (CADE) vai aprovar essa fusão sem questionar seus impactos, ou se haverá resistência contra mais uma tentativa de monopolizar um setor essencial para os brasileiros.

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